28/11/2015

Seres Especiais

Encontrei este belo texto de reflexão e não só sobre...seres especiais tanto os que ensinam como os que são ensinados
Porque não é para todos e para se ser Professor de Educação Especial tem que se ser e sentir ser.......Especial!!!!!

Professor de Educação Especial, quem és tu?

São normalmente duas as frases que oiço quando digo a minha profissão.
“- Professora de Educação Especial? O que fazes exactamente?”
“- Ah, isso é um grande desafio! Tens de trabalhar com casos complicados, autistas e isso..”
Existe efectivamente, não só quem não é do núcleo da Educação, quem ainda não compreende exactamente o que faz um professor de Educação Especial. Esta é uma atitude resultante da multiplicidade de papéis que os professores nesta área têm assumido dependendo das instituições/escolas onde estão inseridos; da sua base de formação e em última instância do perfil de cada um. Há no entanto, como em todas as profissões uma definição de funções comuns.
O “boom” da especialização em Educação Especial teve início após o enquadramento legal que apela à inclusão não permitindo que escolas regulares vedem o acesso a crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE).
A especialização de um professor na área de Educação Especial está ao alcance de todos os professores. Atualmente existem várias ofertas e como em todas as áreas, algumas mais adequadas do que outras. Tão importante como a especialização nesta área estão, sem dúvida, as experiências e os locais por onde passou o professor de Educação Especial. Estes fatores, “em colaboração” com os conhecimentos académicos é que permitem fazer a diferença.
Um professor de Educação Especial deve conhecer todo o enquadramento legal relativamente às necessidades educativas especiais, conhecendo na íntegra o Decreto-Lei 3/2008, o documento orientador que regula a intervenção nas Necessidades Educativas Especiais. É o Departamento de Educação Especial que recebe as referenciações (onde deve estar integrado um relatório médico) dos alunos que revelam dificuldades nas atividades e participação em sala de aula, avaliando, conjuntamente com o SPO (Serviço de Psicologia e Orientação) o perfil de funcionalidade do aluno através de uma avaliação pedagógica (professor EE) complementada com uma avaliação psicológica (Psicólogo). Após esta avaliação o professor EE propõe as medidas educativas que em conjunto com as informações do conselho de turma são definidas através de um Programa Educativo Individual. Identificadas as áreas comprometidas e as áreas fortes (emergentes) o professor de Educação Especial funciona como um intermediário que tem de conhecer os comprometimentos avaliados pelos profissionais de saúde e as suas implicações nas aprendizagens. É o professor EE que pode ajudar os professores do conselho de turma com ferramentas e estratégias que permitem ajudar o aluno no seu percurso. É o aliado para discutir, planear e orientar a intervenção mais adequada. Tem também um papel fundamental para explicitar à comunidade escolar não só o enquadramento legal, mas a filosofia subjacente nas necessidades educativas especiais para que todos os intervenientes usem uma linguagem universal e uma postura congruente, nunca nos esquecendo do nosso papel, mas interligando conhecimentos. Encontrar as ferramentas mais indicadas e com rigor para ajudar o aluno a atingir as metas trabalhando em conjunto com os professores e individualmente com o aluno é o seu objetivo.
“Rigor” é uma palavra fundamental. Fundamental para definir, também, o que não é Educação Especial. Não é um espaço para explicações, não é uma sala de apoio às disciplinas, não é um professor de apoio socioeducativo e não é o “médico de família” do Ministério da Educação que transpõe para um papel, em modo de medida educativa, as indicações do relatório médico do aluno.
É importante percebemos o papel de cada um neste processo. Os profissionais de saúde são fundamentais para indicarem o perfil de funcionalidade ao nível das estruturas do corpo e nas funções mentais, mas não podem receitar medidas educativas, assim como um professor de educação especial não receita medicamentos, porque não é a sua área.
Em suma, o Departamento de Educação Especial tem de possuir conhecimentos consistentes relativamente a todas as áreas de intervenção. Tem de conhecer as fragilidades, as perturbações do desenvolvimento e tem de dominar as ferramentas mais indicadas para trabalhar competências específicas que permitam ao aluno encontrar uma forma de estabelecer um ponto de partida que o coloque o mais possível em igualdade de circunstâncias.
Cada alínea de cada medida educativa tem de ser pensada, repensada, especificada e nunca, nunca generalizada ou massificada. Os alunos não são rótulos. São nomes, vidas e personalidades diferentes que para progredirem no seu percurso têm de ser respeitados. E por isso defendo que existe um perfil para se ser Professor de Educação Especial. Por experiência própria reconheço que é difícil manter uma linha de intervenção e objetivos claros quando em muitas escolas o Professor de Educação Especial acaba por ser o único recurso de apoio boicotando assim o seu verdadeiro trabalho.
Em última análise (que deve ser geral a todos os professores), em Educação Especial é necessário um trabalho de um grande envolvimento, de pesquisa constante e especial em estabelecer uma relação com os alunos que lhes transmita confiança verdadeira, pois facilmente a nossa postura pode soar a falso se não é sentida. E só a partir deste ponto é possível desenvolver um trabalho.
Maria Joana Almeida


P.S- já agora leia com atenção e na próxima vez que lhe vier a cabeça ou a boca a palavra Atrasado pense 2 vezes   http://www.publico.pt/sociedade/noticia/uma-tira-de-fitacola-na-boca-para-mostrar-que-ser-deficiente-nao-e-um-insulto-1715357

18/11/2015

Imagine

Quando vemos nas noticias os atentados quase diários em Paris, Beirute ou Jerusalém, quando vemos diariamente os milhares de refugiados a chegarem a Europa, quando vemos no dia a dia nesta sociedade o ódio a xenofobia a intolerância a crescer, quando vemos esta sociedade de consumo desenfreado a promover tais comportamentos por politicas erradas que cada vez cria mais divisões entre ricos e pobres, quando nos sentimos cada vez mais inseguros  e com medo ou receio por nós e pelos nossos lembro-me sempre desta musica do John Lenon que a cada dia que passa s torna mais utópica mas que bom que era se o Mundo amanhã fosse assim "E o mundo será como um só." 
Mas cabe a cada um de nós fazer que tal aconteça vejam o exemplo no blog anterior mostrando que......pode ser possível basta.....Imaginar
 "Imagine que não há paraíso, É fácil se você tentar,
Nenhum inferno abaixo de nós, Acima de nós apenas o céu,
Imagine todas as pessoas, Vivendo para o hoje,

Imagine não existir países, Não é difícil de fazê-lo,
Nada pelo que lutar ou morrer, E nenhuma religião também,
Imagine todas as pessoas, Vivendo a vida em paz,

Você pode dizer, Que eu sou um sonhador,
Mas eu não sou o único, Eu tenho a esperança de que um dia,
você se juntará a nós, E o mundo será como um só,

Imagine não existir posses, Me pergunto se você consegue,
Sem necessidade de ganância ou fome,
Uma irmandade de humana, Imagine todas as pessoas,
Compartilhando todo o mundo,

Você pode dizer, Que eu sou um sonhador,
Mas eu não sou o único, Eu tenho a esperança de que um dia,
Você se juntará a nós, E o mundo será como um só." 

https://www.youtube.com/watch?v=bBW8g64Vzf8

"Vocês não terão o meu ódio"

Porque responder a ódio e violência da mesma  forma gera mais do mesmo, porque é essa a intenção dos terroristas isso e o medo ...porque precisamos as vezes de ouvir e pensar e levar alguns "murros no estômago" para despertar algumas mentes mais fechadas e por ver que ainda há pessoas e mentes assim que nos fazem acreditar na humanidade e não deixar de reter as seguintes frases ""Vocês não terão o meu ódio" "Por isso eu não vos darei o prazer de vos odiar"
"Vocês não terão o meu ódio", diz o viúvo de uma das vítimas do ataque ao Bataclan.



Hélène Muyal, 35 anos, foi uma das 129 vítimas dos atentados de dia 13 em Paris. Estava no concerto no Bataclan. O seu corpo foi identificado dias depois pelo marido, Antoine Leiris. Na profunda dor de ter perdido a mulher e a mãe do filho de 17 meses, o jornalista na rádio France Bleu escreveu uma carta aberta aos que mataram Hélène e às restantes vítimas dos ataques. “Vocês não terão o meu ódio”, escreve Antoine, num post publicado na sua conta no Facebook.
O texto tornou-se viral nas redes sociais e nos media. Esta quarta-feira, na rede social, a carta tinha sido partilhada perto de 173 mil vezes e recebido 116 comentários.
"Vocês não terão o meu ódio,
Na noite de sexta-feira vocês roubaram a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Não sei quem são e não quero sabê-lo, vocês são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à Sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher foi uma ferida no Seu coração.
Por isso eu não vos darei o prazer de vos odiar. Vocês procuraram-no, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que vos fez ser quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus concidadãos com um olhar desconfiado, que sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Continuamos a viver da mesma maneira.
Eu vi-a esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Estava ainda tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente há mais de 12 anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos essa pequena vitória, mas será de curta duração. Sei que ela nos acompanhará todos os dias e que nos vamos reencontrar nesse paraíso das almas livres ao qual vocês nunca terão acesso.
Somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Não tenho mais tempo a dar-vos, quero juntar-me a Melvil que acorda da sua sesta. Tem só 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como todos os dias e durante toda a sua vida este rapaz vai fazer-vos a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio."
Numa entrevista ao programa C à vous, no canal France 5após a publicação da carta, Antoine voltou a emocionar os franceses e o mundo. O jornalista partilhou algumas das reacções que recebeu nos dias a seguir ao seu post, nas quais foi considerado "formidável" e "um exemplo". "Não sou um ser formidável, não sou um exemplo. Talvez a raiva vá aparecer, talvez vão existir momentos em que eu vou olhar para os outros cidadãos desconfiado. (...) Ficaremos tristes toda a nossa vida, parte de mim morreu com ela, mas não o vamos permitir, não temos o direito de ceder. Se eu deixar o meu filho crescer com o ressentimento que poderia ser o meu, ele vai tornar-se exactamente o que essas pessoas são", declarou.
Fonte: Jornal Publico 18/11/2015
http://www.publico.pt/n1714797