29/03/2009

Breves

Breves noticias sobre este belo pais a beira mar plantado e deste mundo louco.

JUSTIÇA:

-Avelino Ferreira Torres Absolvido dos crimes de corrupção, Peculato, Abuso de poder, e de seguida vai ser o Isaltino apesar de já ter confessado que fugiu ao fisco em 1990 mas o mais engraçado é que como justificação disse que nessa altura toda a gente com mais de 50 anos recorria a estas práticas (???),depois da Fátima Felgueiras e agora o Avelino só falta o Isaltino e Beatificar o Sócrates no caso Freeport.

- Homem atira ácido e esfaqueia a Mulher e sai em Liberdade.

- Homem é apanhado a roubar numa loja um telemóvel e fica em prisão a aguardar julgamento, ou seja é mais grave roubar do que agredir ou tentar matar a Mulher.

-Na Áustria Josef Fritzl foi apanhado, julgado e condenado em menos de 1 ano por cá os processos Casa Pia, Esmeralda e outros menos badalados arrastam-se nos tribunais vários anos é parecido não é??

- As obras de reforma do parlamento custaram cerca de 4,5 Milhões de Euros, tudo bem que eram já necessárias mas em tempos de crise como os que vivemos actualmente não poderiam ter sido um pouco menos gastadores?

MUNDO

- Como protesto pelas palavras inacreditáveis do Papa em África sobre o uso do preservativo varias organizações enviaram ao Papa por correio cerca de 60.000 preservativos, como diz o ditado "pela boca morre o peixe"

- Fez ontem 50 Anos (28.03.59) que a China ocupou o Tibet o que levou ao exílio do Dalai Lama para a Índia, e mesmo com todas as atrocidades cometidas pelas autoridades Chinesas, pelos atentados a cultura Tibetana e aos direitos humanos 50 anos ainda não foi tempo suficiente para o Mundo acabar com esta ocupação e privação de Liberdade do povo Tibetano que infelizmente não tem nem Petróleo nem outra qualquer riqueza que não seja a sua cultura, é pena!!!

27/03/2009

Será verdade? DUBAI...O SONHO ACABOU.

Recebi hoje este mail e pergunto será verdade? a ser é muito mau sinal se até ali já chegou desta maneira a crise então que será de noz e da Europa quase toda?

DUBAI...O SONHO ACABOU.

Economia internacional

Crise:

estrangeiros abandonam Dubai com pedido de desculpas

Robert F. Worth

Sofia, uma francesa de 34 anos, se mudou para Dubai um ano atrás e aceitou um emprego em publicidade. Ela confiava tanto em que a economia de Dubai continuaria a crescer rapidamente que adquiriu um apartamento por quase US$ 300 mil, com uma hipoteca de 15 anos.

Agora, como muitos dos trabalhadores estrangeiros que compõem cerca de 90% da população do Dubai, ela foi demitida e enfrenta a perspectiva de se ver forçada a deixar a cidade no Golfo Pérsico -ou ainda pior.

"Estou muito assustada com o que pode acontecer, porque comprei um imóvel aqui", diz Sofia, que pediu que seu sobrenome não fosse informado porque ela está procurando emprego. "Se não puder pagar as prestações, me disseram que posso ser presa por dívidas".

Com a economia do Dubai em queda livre, os jornais informam que existem mais de 3 mil automóveis abandonados no estacionamento do aeroporto, deixados por estrangeiros endividados que fugiram do país (e podem de fato terminar na cadeia caso não paguem suas contas). Diz-se que dentro de alguns dos carros foram encontradas facturas de cartões de crédito com os limites estourados, e pedidos de desculpa colados aos para-brisas.

O governo diz que o número real de fugitivos é muito inferior. Mas a história contém pelo menos uma dose de verdade. As pessoas que perdem o emprego em Dubai também perdem seu visto de trabalho e precisam sair do país em prazo de um mês. Isso gera queda no consumo, deprime o mercado de habitação e reduz os preços dos imóveis, o que resulta em uma espiral de baixa que deixou certas porções de Dubai - até recentemente vista como super potência económica do Oriente Médio - com cara de cidade fantasma.

Ninguém sabe até que ponto vão os problemas, ainda que seja claro que dezenas de milhares de pessoas deixaram o país, os preços dos imóveis dispararam e dezenas de grandes projectos de construção em Dubai foram suspensos ou cancelados. Mas com o governo resistindo a fornecer dados, é inevitável que surjam boatos, o que prejudica a confiança e abala ainda mais a economia.

Em lugar de avançar na direcção de uma maior transparência, os Emirados Árabes Unidos parecem estar caminhando em sentido oposto. Um anteprojecto de lei de mídia que está em debate tornaria crime prejudicar a reputação ou economia do país, e a pena é de multa de até um milhão de dirhams (US$ 272 mil). Há quem diga que isso já está exercendo efeito negativo quanto ao trabalho de reportagem sobre a crise.

No mês passado, jornais locais informaram que Dubai estava revogando 1,5 mil vistos ao dia, de acordo com fontes não identificadas no governo. Perguntado sobre esse número, Humaid bin Dimas, porta-voz do Ministério do Trabalho de Dubai, disse que não o confirmaria ou negaria, e se recusou a fazer outros comentários. Há quem diga que número real é muito mais elevado.

"No momento, todos parecem prontos a acreditar no pior", diz Simon Williams, economista chefe do HSBC em Dubai. "E os limites à divulgação de dados tornam difícil rebater os boatos".

Algumas indicadores são claros. Os preços dos imóveis, que subiram dramaticamente durante os seis anos de boom em Dubai, caíram 30% ou mais nos últimos dois ou três meses, em certas áreas da cidade. Na semana passada, a agência de classificação de crédito Moody's Investor's Service anunciou que poderia rebaixar sua classificação para seis das mais importantes empresas estatais de Dubai, mencionando uma deterioração nas perspectivas económicas. Há tantos carros de luxo usados à venda que eles têm sido negociados por preços 40% inferiores aos praticados dois meses atrás, dizem comerciantes de automóveis. As estradas de Dubai, em geral repletas de tráfego nessa época do ano, agora estão quase vazias.

Alguns analistas dizem que a crise deve ter consequências duradouras para os Emirados Árabes Unidos, uma federação de sete emirados na qual Dubai vem sendo o irmão caçula rebelde de Abu Dhabi, mais conservador e rico em petróleo. O governo de Dubai engoliu o orgulho e deixou claro que aceitaria um resgate, mas Abu Dhabi até agora só ofereceu assistência aos bancos locais.

"Por que Abu Dhabi está permitindo que a reputação internacional do vizinho seja destruída quando poderia resgatar os bancos de Dubai e restaurar a confiança?", pergunta Christopher Davidson, que previu a actual crise em Dubai em um livro publicado no ano passado.

"Talvez o plano seja centralizar os emirados" sob o controle de Abu Dhabi, ele especulou, o que reduziria fortemente a independência de Dubai e poderia mudar seu estilo mais aberto.

Para muitos estrangeiros, Dubai parecia um refúgio, inicialmente, relativamente isolada contra o pânico que começou a varrer o mundo no ano passado. O Golfo Pérsico está protegido por suas vasta riqueza petrolífera, e pessoas que perderam empregos em Nova York e Londres começaram a se candidatar a postos aqui.

Mas Dubai, ao contrário dos vizinhos Abu Dhabi e Arábia Saudita, não tem petróleo, e construiu sua reputação com os imóveis, finanças e turismo.

Agora, muitos expatriados consideram que tudo foi uma trapaça. Rumores exagerados se espalham com facilidade. O Palm Jumeira, um complexo imobiliário construído em uma ilha artificial, estaria afundando, e diz-se que só baratas saem das torneiras dos hotéis lá construídos.

"As coisas vão melhorar? Dizem que sim, mas não sei mais em que acreditar", diz Sofia, que ainda espera encontrar emprego antes que seu tempo se esgote. "As pessoas estão entrando em pânico rapidamente".

23/03/2009

Reflexões do Professor Medina Carreira

O texto é longo,mas vale a pena ler... e ajuizar!

Reflexões do Professor Medina Carreira

Nota: O Professor Medina Carreira, um dos mais capacitados economistas
portugueses, sempre que fala, deixa o País a reflectir, estupefacto.
Aqui deixamos a síntese de uma das últimas entrevistas que concedeu e a não
perder.

"Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1
ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6»....Se as pessoas soubessem o que é
0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias...
Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias...mas é sem açúcar..."

"Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.
Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero
ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"

"Ainda ?há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava
uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar
«6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino...é
falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!"

"Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste.
Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em 2...esta
economia não resiste num país europeu."

"Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar
coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse."

"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este
dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis?
P'ra gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos?
Acha que sim?
A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto,
se calhar não era melhor aproveitar a Portela?
Quer dizer, isto está tudo louco?"

"Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a
funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da
Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado
aquilo for..."

"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
-Um desapareceu;
-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma
coisa..."

"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal.
Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi
para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá...
Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio
dourado", ou então é entupido e cercado."

"Mas você acredita nesse «considerado bem»?
Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e
depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha
que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da
polícia...
Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da
diferença!"

"De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o
país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na
estratégia, e vamos ter ,eventualmente, o nome de Lisboa no tratado.
É, mas não passa disso. É só para entreter a gente..."

"Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a
prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:
-Prometem aquilo que sabem que não podem."

"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»:
Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não
quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar.
Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar?
Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles
que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar
tontos? Analfabetos?"

"Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática
é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por
conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira!
Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser
completamente desgraçada! "

"A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não!
Para um país com este tamanho é uma tontice.
O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema.
Ainda mais agora com o problema do petróleo.
"Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?
Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos
encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir
mais longe...
Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada.
Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os
partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de
maquinaria...Esses é que têm interesse, não é o Português!"

"Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros:
A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o
Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades
em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam,
discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal
nenhum sabe. Somos um país de papagaios...

Receber os prisioneiros de Guantanamo?
«Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...»
Saibamos olhar para os nossos problemas e resolve-los e deixemos lá os
outros...
Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar
para os outros. Olhemos para nós!"

"A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos.
Quando passar lá fora, a crise passará cá.
Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos
problemas, com a nossa crise.
Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a
maldita crise. Não é!"

"Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a
48 milhões de euros por dia:
Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal
deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar?"

"Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas
nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir
dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e
depois ele sai logo a seguir..."

"Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na
Assembleia...Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação...
Poupe-me a esse espectáculo...."

"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já
disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr
disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes
professores? Eu também, agora, para quê?
Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem
a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande
professor? Ele não está para aturar aquilo...
Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia
das escolas. Isso é descentralizar a «bandalheira»."

"Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que
andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir
Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas
novas oportunidades» e agora entra em Medicina...
Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem
vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação...
Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."

"É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a
levar.
Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as
desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades
ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem
justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um
caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe."

"Até hà cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais
pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos
outros...
Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho...
Hoje, acrescento-lhe só o «muito».
Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho...
Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e
agora acho que vai haver «muito barulho».
Os portugueses que interpretem o que quiserem..."

"Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de
Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas
e que a economia está a responder, é mentira!
Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa
nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente
útil. É só conversa e portanto, não acreditem...
No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a
angústia da economia portuguesa."

"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta
interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os
políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...
Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...
Porque é que se vai buscar políticos para as empresas?
É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política...
Um político é um político. E um empresário é um empresário. E não deve haver
confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio.
Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali,
tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá
saúde nenhuma à sociedade."

"Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de
seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir
computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos nem escolhidos para
isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes
problemas do país!"

"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem
«este tipo é chato, é pessimista»....
Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito...
Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem
estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os
portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir,
porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices,
param para ouvir. O Português está farto de ser enganado!
Todos os dias tem a sensação que é enganado!"*

12/03/2009

Portugal, País de grandes tradições e brandos costumes...

Depois de ler textos como este e de outros que vamos lendo nalguma imprensa ou que circulam pela net cada vez mais tenho vontade de voltar a colocar lá por mais 4 anos anos o "nosso" querido,estimado e muitíssimo honesto e competente primeiro-ministro. Aqui vai um pouco do estado deste nosso pais nesta era Sócrates.

Portugal, País de grandes tradições e brandos costumes... pelo menos é o que muitos pensam ser verdade... até abrirem os olhos.

Para quem não é de cá, ou não sabe o que são os "ajustes directos", eu explico. Como gastar o dinheiro público é uma coisa que deve ser feita com muita responsabilidade, a maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida a "melhor" em função de vários critérios (preço mais barato, serviços apresentados, etc.)

No entanto, como se imagina, isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma câmara municipal, faculdade, universidade, etc. tenha que comprar. E portanto, há coisas que são compradas directamente, a quem eles muito bem entenderem... e aparentemente, ao preço que muito bem lhes apetecer!
E finalmente, graças ao portal da transparência , podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto.

Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:

1) gastar mais de 10.000,00 euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos.

2) Aquisição de:1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 EUROS (!!!)

3) Em Vale de Cambra, vai-se mais longe... e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças : 2.922.000,00 € É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???


4) No Alentejo, as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas:
Reparação de 2 Fotocopiadores WorkCentre Pró 412 e Fotocopiador WorkCentre PE 16 do Centro de Saúde de Portel:45.144,00 €

5) Ao menos em Alcobaça, a felicidade e alegria as crianças fala mais alto: 8.849,60€ para a Concentra em brinquedos para os filhos dos funcionários da câmara!

Crianças... se não receberam uma Nintendo Wii no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema

6) Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: "14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga"

Ora... 14x3 + 10x2 = 62 cadeiras... a 375.600,00 euros dá um custo de...6.058,00 Euros por cadeira!

Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes...

7) Em Ílhavo, a informática também está cara, 3computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 €

Sem dúvida, uns supercomputadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento.

8) Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo... é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 €
Já diz o ditado popular: Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo!

(Já agora, isto dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira)

9) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 € em 9072 rolos de papel higiénico ! Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - pois não queremos tratar indigna mente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade...

É "apenas" quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de "descontos" para tais quantidades industriais.

Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, não?

Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa, e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)

Ó MEUS AMIGOS.... como é que é possível justificarem estas situações? Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures . Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil euros fossem melhor empregues???

É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado?

Isto até me deixa doente... é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo (literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)
Querem mais? Divirtam-se no portal da transparência !

Sugestões de pesquisa: viagens, viaturas, Natal...

Outros candidatos a roubalheira do ano:

"Projecto tempus - viagem aérea Faro / Zagreb e regresso a Faro para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008" - 33.745,00 euros .

"Aluguer de iluminação natalícia para arruamentos na cidade de Estremoz" - 1.915.000,00 euros

Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines" - 1.236.500,00 euros
6 kit de mala piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas" - 106.596,00 euros (Por este valor compravam 6 automóveis, todos equipados, e ainda sobrava dinheiro!)

O misterioso caso do "Router de 400 euros comprado por 35.000,00 Euros