20/11/2008

Tal como muitos por esse mundo fora eu também fui um dos que esperava a vitória de Barack Obana nas eleições nos Estados Unidos da América e felizmente tal assim veio a acontecer, e de tudo aquilo que se disse sobre a sua vitória encontrei este exelente texto do escritor Mia Couto (mais um) no Jornal "SAVANA".


Por Mia Couto

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

Jornal "SAVANA" – 14 de Novembro de 2008

29/10/2008

Professores


Recebi este mail e decidi partilha-lo no dia em que o Ministério da Educação se prepara para propor uma lei em que até ao 9.º ano não há chumbos, estudar para que se no final passamos!!!

A "inútil"escreveu assim sobre os Professores:

É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou
'os professores os inúteis mais bem pagos deste país.' Espantar-me-ia uma
afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que
não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que
há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são
pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas
aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura
e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um
atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos
e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui
aluna, logo de 'inúteis', como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de
forma diferente para estar de acordo com o sistema?


O senhor tem filhos? - a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto
de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam,
teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes
que 'são os inúteis mais bem pagos do país.'? Não me parece... Estudam os
seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura!
Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos, que
os professores 'inúteis' são obrigados a atribuir. A alarvidade que
escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à
educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimento
de causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso
não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a
professora explique de novo?

Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas
obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum
dos 'inúteis' a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e
paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a
obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen, que reverencio. O senhor
é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo
fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou
a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter
interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já
visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler,
com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro que
não. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau
sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar.

Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e
que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu
clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que 'os jogadores de
futebol são os inúteis mais bem pagos do país.'? Alguma vez lhe ocorreu
escrever que há dirigentes desportivos que 'são os inúteis' mais protegidos
do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender
mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os
advogados 'são os inúteis mais bem pagos do país'? Ou os políticos? Não,
acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais
familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de
futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados.
Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha
profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos
e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para
posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra
pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos,
'os inúteis mais bem pagos do país', que se arvoram em salvadores da
pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.

Assim sendo, sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha
é bem necessária antes de 'escrevinhar' alarvices sobre quem dá a este
país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser do
professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si,
democracia deve ser estar do lado de quem convém.

Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina
um texto da sua sábia mãe: 'Perdoai-lhes, Senhor
Porque eles sabem o que fazem.'

20/10/2008

Testemunho de um professor


Testemunho de um professor

"Sou coordenador TIC do meu Agrupamento de Escolas e fui convocado
para me deslocar ao parque tecnológico de Cantanhede para receber
formação sobre o tão propalado portátil Magalhães. Lá fui eu para dois
dias de trabalho, cujo programa era, em 90%, composto pela expressão «
jornada de trabalho com a Intel»:

Hoje estou aqui para relatar aquilo que se passou naqueles dois dias,
e se o estou a fazer, é porque algo de relevante se passou.

Pelas reacções que tinha lido nos fóruns relativamente às mesmas
sessões de Porto e Lisboa, já ia a contar que aquilo não seria o que
eu esperava; mas longe de mim imaginar que iria assistir a uma coisa
absolutamente surreal.

Primeira nota triste do evento: a organização distribuiu «pen drives»
de um Gb, oferta da Intel contendo toda a documentação. Acontece que
tinham umas 100 unidades para dar a 200 pessoas. Claro que metade
(incluindo eu) ficámos a ver navios, havendo dignos colegas que se
açambarcaram de duas ou mais, facto que também não me causa qualquer
espanto. Mas para a Organização tratou-se de mais uma normalidade!

Comecemos pela manhã de Quinta-feira, onde fomos levados, em grupos,
para pequenas salas do complexo, onde supostamente nos iriam ser dadas
directrizes relativamente ao Magalhães e às suas potencialidades em
contexto educativo, para nós transmitirmos aos professores do 1º
ciclo. Aliás, esse deveria ter sido o grande objectivo deste encontro;
recebermos formação para a replicar junto das escolas envolvidas.

Ao invés disso, e para ser muito mais sucinto do que gostaria nesta
crónica, somos brindados com apresentações de powerpoints em
português, lidas em Inglês com sotaque russo, traduzido por senhoras
contratadas para o efeito, como se nunca tivéssemos ouvido uma palavra
em Inglês na vida e como se isso fosse o entrave à formação. Num
parque dito tecnológico, as redes funcionavam mal ou não funcionavam,
ninguém sabia ligar, o senhor russo ia ironizando como se estivesse
num país de 3º mundo e a senhora tradutora ia tentando fazer a uma
espécie de ponte entre surdos mudos. A seguir, mais um estrangeiro
qualquer a debitar informação em inglês sobre um powerpoint em
português e depois apareceu um brasileiro (ena!!! Um brasileiro!!!)
mas que nada de útil nos transmitiu.

Ou seja, depois de uma manhã onde absolutamente ninguém aprendeu nada
de útil sobre os Magalhães que qualquer jeitoso de informática não
domine, ninguém imaginava que o pior estava para vir.

Eis que pelas 14 horas iria começar uma das melhores sessões de circo
a que os meus olhos assistiram até hoje. O speaker de serviço que
ostentava na lapela uma identificação de uma empresa que não conheço,
mas que nem era do ME nem da Intel nem da JP Sá Couto, apresentou as
três senhoras que tinham vindo expressamente dos States, com chancela
da Intel, para nos brindarem com uma sessão de trabalho inolvidável.
Eis que aparecem 3 senhoras com ar de quem está reformado há 20 anos,
nos EUA, mas que em Portugal estariam no auge da carreira. Depois das
simpatias ao país e de demonstrar que nada de útil iriam transmitir,
resolveram propor aquilo que as trouxe ao, pensam elas, Burkina Fasso
da Europa. Desde logo me demarquei e senti vontade de abandonar a
sessão, mas os colegas... ah e tal... esquece isso... e tal.... Não te
enerves... isto é sempre assim... e tal! Continuei a assistir e a
incredulidade ia aumentando.

Aquelas 3 senhoras, acham que uma sessão de trabalho com a Intel é
propor a 200 professores que inventem uma cantiga ao Magalhães, e se
possível com teatro à mistura. Como eu e mais alguns colegas (muito
poucos) mostrámos alguma estupefacção pelo que se estava a passar, uma
das senhoras americanas apressou-se a dizer, bem alto e em tom
ameaçador, que quem não participasse não seria incluído no sorteio de
um Magalhães que iriam oferecer.

E, meus caros leitores, era ver 200 professores imbuídos naquela
actividade com todo o afinco; sei que muitos grupos trabalharam online
pela noite dentro e ao outro dia de manhã, os meus olhos ficaram
estarrecidos com a produção apresentada. O desfile dos «trabalhos»,
(era assim que lhe chamavam) começou, e desde o malhão do Magalhães,
até à vida de marinheiro do Magalhães, passando por coreografias com
adereços circenses, tudo de «útil» passou por aquele palco, até as
náuseas me obrigarem a sair. Apenas voltei a entrar para ir junto da
senhora que tinha o saquinho das senhas para o sorteio e dizer-lhe que
não iria colocar lá o meu papelinho.

Conclusão: à bela maneira dos professores portugueses, que são exímios
na arte de obedecer, mesmo não concordando, e na arte de produzir
conteúdos, ainda que lúdicos (pena ter sido num contexto absurdo),
toda a gente parecia achar aquilo ridículo, mas apenas eu e o meu
amigo Paulo Pereira resolvemos sair e mostrar a nossa indignação a uma
senhora da DREC que, educadamente, tal como eu na abordagem que lhe
fiz, esgrimiu as fundamentações para aquelas «sessões de trabalho com
a Intel».

Salvou-se a Microsoft e a Caixa Mágica que, na sexta à tarde, nos
mostraram, finalmente, algo de útil; no final pedi a palavra para
dizer que apenas aquela tarde se tinha salvo no meio das inutilidades
que caracterizaram aqueles dois dias, o que, pasme-se, faz arrancar um
caloroso aplauso da plateia.

Alguém me explique como se eu tivesse 8 anos, como é possível convocar
200 professores para dois dias de trabalho com a Intel, com a
apresentação do «Magalhães» em pano de fundo e, basicamente, 3
senhoras americanas, apoiadas por pessoas de... uma empresa (!),
gastarem um dia a obrigar-nos a produzir teatrinhos e cantigas para
miúdos de 6 anos, outro meio dia gasto com russos a lerem powerpoints
em pseudo inglês, escritos em Português, com tradução por senhoras
contratadas.

Como professor e coordenador TIC senti-me vexado nestes dois dias.
Aquelas senhoras devem pensar que somos um bando de imbecis e nunca
vimos um computador na vida; tudo isto pago pela DREC, cuja Directora,
no final, enalteceu o evento.

Relativamente aos meus colegas, mostraram, como sempre, que tudo são
capazes de fazer, mesmo o ridículo, mas ficou, essencialmente, a prova
de como não há-de o Ministério fazer de nós gato-sapato a seu
bel-prazer!!!

Nota: O Magalhães é um excelente equipamento e, mesmo sem aposta na
formação e com esta atabalhoada distribuição, julgo ser uma mais valia
efectiva para a modernização do caquéctico ensino do 1º ciclo em
Portugal.

Aqui fica um vídeo que apanhei durante uma das actuações que mais
aplausos arrancaram. "
http://www.youtube.com/watch?v=YJ_kLTRfRJ0

Não há ninguém em Portugal com acesso aos 'media',e que não dependa de lugares ou favores, que possa desmascarar a esperteza saloia destes 'políticos' poucos escrupulosos e sem nível?...

*** Magalhães ***

o mais escandaloso golpe de propaganda do ano

Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do 'Primeiro computador portátil português', o 'Magalhães'.
A RTP refere que é 'um projecto português produzido em Portugal'
A SIC refere que 'um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel' e que a 'concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico.'

Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.

As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o 'Magalhães' é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade.
Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: 'Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.'

Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo
A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...
A Intel foi um dos parcceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento.

Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsumanis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.

Tudo se justifica em nome de um número

de propaganda política terceiro-mundista.

Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandista em vez de fazer perguntas.

Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz.

15/10/2008

Está tudo louco!!!

Cada vez me convenço que anda tudo louco ou se fazem não sei ele é filhos que por "loucura" ou já bem pensado cortam a cabeça da Mãe a pessoa que o pós neste mundo e depois ainda sem pingo de arrependimento coloca a cabeça dela no seu frigorífico em sua casa e deita fogo a toda a sua herança são outros apenas porque não queria que estacionassem de fronte de sua casa desata aos tiros e tirando a vida a 2 pessoas sendo que uma delas o seu "crime" foi ir ali a passar pois nem ali vivia, em qualquer dos casos por motivos que se calhar se as pessoas falassem mais ou até mesmo pedissem ajuda, mas infelizmente cada vez mais vamos vivemos num mundo em que cada vez mais o tempo é curto é já é difícil termos tempos para os nossos do que nos preocuparmos com o vizinho que vive sozinho ou com o idoso que foi esquecido ou abandonado por todos e penso que o caso que aconteceu no Porto de uma Senhora idosa que faleceu em casa sozinha e só passados alguns dias alguém notou derivado ao cheiro de decomposição do corpo que vinha da sua casa é triste e desumano cada vez mais este "nosso" mundo e cabe a cada um de noz tentar muda-lo sei que é uma luta entre "David e Golias" mas há que ter esperança.

10/08/2008

Preocupante

Começa a ser preocupante a insegurança e o aumento do tipo de violência nos assaltos o último a que assistimos foi o do BES de Campolide, que acabou não muito bem com a morte de um dos assaltantes e o outro ferido e logo se levantaram vozes umas a favor outras contra eu pessoalmente concordo com partes de ambas por um lado se calhar a policia podia ter esperado mais um bocado e talvez o desfecho fosse outro mas isso ninguém sabe, por outro lado não tenho dúvidas que se os assaltantes tivessem tido hipótese de disparar o tinham feito a matar como fez a polícia.
Mas para mim o mais preocupante disto veio depois em comentários, fórum, etc. em que assim que se soube que os 2 assaltantes eram Brasileiros vieram logo vozes xenófobas de todos os lados e como os últimos casos foram com comunidades ditas de estrangeiros apesar de por exemplo na comunidade Cigana a maioria é já Portuguesa o mesmo acontecendo com a Africana mas para certas pessoas só nascidas em Portugal de preferência nas ultimas 3 gerações e por isso em penso que é altura de os nossos responsáveis sejam políticos, membros das forças de ordem e de membros das diversas comunidades e pessoas com conhecimentos no terreno da verdadeira situação e como controlar o aumento da criminalidade e não virem dizer barbaridades como ainda a pouco um membro do governo a dizer que a criminalidade tinha baixado 6% o que para o comum cidadão só deu para rir e chorar também por termos algum de nos colocado este incompetente a nos governar, e penso que é logo de início que se deve tentar travar e resolver os problemas porque se continuarmos com esta politica do deixa andar "amanhã" pode vir a ser tarde demais.

01/06/2008

Obrigado

Hoje dia 1 de Junho é dia mundial da CRIANÇA, e por isso quero desde já agradecer a todas elas e a" minha" em particular por desde o dia em que a vi pela primeira vez até hoje me ter dado vida a minha vida por me ter tornado um ser melhor, por naqueles dias mais cinzentos os ter tornado cor-de-rosa, por ser a minha fonte de energias para vencer os obstáculos da vida por tudo isso e muito mais eu quero, preciso e acho que assim como eu todos nos "adultos" deveríamos não só neste dia mas em todos eles lhes dizer "obrigado" e "gosto muito de ti"por tornaram a nossa vida mais alegre, feliz e colorida.
Obrigado K.

18/05/2008

Vários

Decidi colocar este titulo pois vou falar de vários assuntos começo com a piada da semana o facto de o "nosso" 1.º ter sido "apanhado" a fumar num avião e depois pasme-se vem dizer que não sabia (!!!) só uma pergunta Senhor Primeiro Ministro isso é uma piada ou é mesmo estupidez natural, mas o melhor ainda estava para vir ao no dia seguinte anunciar que tinha deixado de fumar e aqui senhores das farmacêuticas devem de contactar rapidamente o Sr. Sócrates para ele vos revelar o método de deixar de fumar em 1 dia.
No desporto o Porto ganhou mais um campeonato e já começa a chatear o meu clube lá ficou sem 6 pontos e ficou a 1 de ir a Europa, agora achei interessante a nossa "gaffe" ser tão grave como aliciar, subornar , etc como o Porto foi condenado aliás alegadamente condenado no processo "Apito Dourado", hoje o Sporting ganhou a taça de Portugal e melhor ainda é a Venessa que ganha tudo fico a espera de 1 medalha em Pequim.

25/04/2008

25 de Abril

Hoje, ontem e amanhã e sempre e que o dia 25.4.74 por muito que o tentem nunca deverá ser esquecido e nos tempos que correm com alguns atentados a liberdade seja ela de expressão seja ela a direitos adquiridos mais do que nunca convém lembrar a alguns que hoje tenta fazer esquecer e outros que estão adormecidos que a liberdade é um bem a preservar.
E o 25 de Abril não é uma coisa da esquerda ou da direita é algo de todos nós o POVO PORTUGUÊS, e a liberdade não tem orientação politica e de todos.

20/03/2008

Vergonha!!!!

Vergonha é aquilo que sinto ao ver as imagens que nos chegam na TV ou no you tube do Tibete e mais vergonha é ver os políticos mundiais a nada dizerem sobre o que na realidade se lá esta a passar e o seu encobrimento pelas autoridades Chinesas, e vergonhoso também e o comité olímpico internacional em 1.º ter decidido realizar em Pequim estes jogos e em 2.º até a data não se ter pronunciado sobre a situação que esta a acontecer diariamente agora que os Jogos Olímpicos se estão a aproximar do seu inicio.
E agora é caso para perguntar onde estão os Senhores Bush, Durão Barroso que tão de pressa decidiram invadir o Iraque e nesta situação nada dizem e o mesmo podemos dizer do nosso governo (e de quase todos eles) que até ao momento ainda nem uma palavra pronunciou sobre este genocídio que estamos a assistir no Tibete.
E aqui é caso para dizer pena o Tibete não ter petróleo ou outras riquezas que talvez assim alguém já tivesse feito alguma coisa e fazer frente aos "gigantes" Chineses.

20/02/2008

" In Memorium"

Sempre ouvi falar na palavra que dizem ser uma expressão tipicamente e apenas existente na língua Portuguesa que é a palavra Saudade.

Até a bem pouco tempo não sabia bem o seu significado mesmo já ter estado fora do país, de ter passado por longas ausências de estar com certas pessoas que gosto sejam elas familiares ou amigas, mas tudo isso mudou faz hoje precisamente 1 ano.

Quando somos ainda adolescentes e ouvimos alguém falar em saudade dizíamos ou pensávamos que era conversa de pessoas de idade (pronto velhos (?) ou como agora dizem “cotas”), mas com a maturidade e o passar dos anos e de vermos desaparecer pessoas que amamos e gostamos começamos a saber o seu significado real.

Este é o meu caso faz hoje 1 ano de inteira saudade que perdi alguém de quem amava e gostava muito e nalguns dias sinto cá uma saudade que apesar de não ser muito de viver no passado mas as vezes devemos pensar nele seja pelo bem ou por erros feitos e de pessoas que nesta nossa curta vida se cruzaram connosco e de quem amamos.

É isto ou então será que estou a ficar “velho”?.

P.S.- Eterna saudade amigo, companheiro, camarada de todos os bons e maus momentos, deste sempre teu filho que nem sempre quando deveria te dizer gosto de ti ou obrigado o disse.

08/02/2008

"Hotel Ruanda"

Ontem vi penso que já pela 2.ª ou 3.ª vez o excelente é triste filme que é “Hotel Ruanda” que passou na RTP 1 e mais um vez fiquei triste, envergonhado, revoltado com tudo aquilo que vemos que infelizmente foi 1 realidade talvez no filme com algum “floreado” mas as bases em si tristemente bem reais com a morte de mais de 1 milhão de pessoas que poderia ter sido evitado se o mundo tivesse os olhos abertos e em vez de se preocupar em retirar os seus conterrâneos e depois deixar o povo do Ruanda entregue a si próprio sem que nenhum governante de qualquer país fizer-se algo e no filme a dada altura ouvimos uma entrevista com uma senhora da ONU a dizer apenas banalidades e a tentar justificar o injustificável que foi até a própria ONU ter abandonado o povo do Ruanda e permitir o genocídio que ali se passou e penso que tal como eu se calhar mais pessoas sentem vergonha dos nosso governantes e do resto da Europa e do mundo por aquilo que deveriam de ter feito e não fizeram e também da ONU e aqui ainda mais vergonhoso quando nesta altura o seu responsável máximo era também ele um originário do continente Africano o S.º Kofi Anan.

Mas para alem disto aquilo que mais choca no filme é até onde vai a maldade humana em que se tenta exterminar um povo apenas e unicamente por eles serem de outra tribo diferente e não importa se eles eram boas pessoas ou até nossos vizinhos o que interessava era a sua origem que até nos documentos de identificação lá têm a dizer qual a sua tribo e sejam eles crianças, mulheres, deficientes tudo era para matar.

Mas se calhar se durante este conflito tivesse havido alguém a dizer que ali havia alguma riqueza tipo petróleo ou ouro se calhar o “capitão América” tinha feito alguma coisa mas como dizia o comandante da ONU interpretado brilhantemente pelo actor Nick Nolte “vocês são apenas pretos”.

É triste vermos como está este mundo

02/02/2008

Triste semelhança

Como já nos habituou o RAP aqui a brincar e com algum exagero põe aquilo a que se chama o "dedo na ferida" pois ao ritmo a que os SAP e centros de saúde estão a fechar qualquer dia principalmente no já nosso semi-deserto interior ( e com estas ajudas ainda mais vai ficar) alguém que tenha um problema de saúde se calhar tem que se deslocar quase 100Km para ser tratado e se lá chegar com vida é 1 sorte, e a boa maneira nacional primeiro encerram a os SAP e centros de saúde e só depois e que se pensa no que fazer. E já agora que o Sr.º Ministro se foi embora e já não está tão protegido não haverá ninguém daquelas pessoas que perderam familiares pelas suas incompetentes medidas que lhe coloque em tribunal acusado-o sei lá por exemplo de homicídio involuntário. Esperamos agora que a nova ministra seja mais acessível e não tão arrogante e que ouça as vozes das populações do interior cada vez mais desprotegidas e desfavorecidas.
Vejam o vídeo que vale a pena
:

http://videos.sapo.pt/Jqim3j5WTIg9lCb2lpf4

27/01/2008

Vai um Tirinho!!!

Quantas vezes já teve vontade de dar um "tirinho" num politico nacional? quantas? só!!!
Eis neste link a sua oportunidade, mas é a brincar!!!

http://sorisomail.com/email/1456/farto-de-politicos.html

17/01/2008

Martin Luther King

Teria feito esta 3.ª Feira dia 15.01.08, 78 anos se ainda fosse vivo este grande senhor que nasceu em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos. Dedicou a vida em defesa dos direitos cívicos, foi Nobel da Paz em 1964 e foi brutalmente assassinado em Abril de 1968.
Penso que se hoje ainda fosse vivo continuaria a lutar e já com alguma tristeza e frustração por ver que a cada dia que passa este mundo vai ficando mais desumano e desigual seja ele por motivos políticos, religiosos, raça mas principalmente a nível financeiro onde a cada dia que passa as desigualdades entre ricos e pobres vão aumentando a um ritmo assustador e isso mais dia menos dia vai dar maus resultados.

Pena é que hoje em dia não existam mais homens como este porque de certeza que este mundo estaria bem melhor (isto claro se esses também não fossem calados com Martin Luther King )

mas vamos tendo esperança que este "I have a dream....." se realize na plenitude um belo dia....

13/01/2008

Mas o que é isto???

Já a algum tempo que não perco tempo a falar de futebol mas face aquilo que tenho visto (muito pouco 4 ou 5 minutos por jogo) na TV, mas esta época é caso para perguntar mas o que é que é isto?' jogadores que contrataram por milhões que não valem tostões, clubes que não são do "seu campeonato" a ganharem ou empatarem e nalguns casos até em sua casa a clubes como o Benfica ou Sporting, por este andar mais vale para a próxima época a federação arranjar 1 campeonato só para o FCP tipo eles só jogarem a partir da 2.ª volta para ver se assim os outros os conseguem apanhar, eu pessoalmente penso ser vergonhoso tanto para Benfica e Sporting estarem no final da 1.ª volta com 11 pontos de diferença e penso que estes 2 clubes tem que na próxima época pensar em 2 coisas a 1.º e esta rapidamente mudarem de direcções porque acho que qualquer deles tem presidentes que podem ser bons em muitas coisas mas de desporto nada percebem e em 2.º antes de darem milhões por jogadores colocarem nos seus contratos uma alinha que os obrigue a cumprir objectivos e caso isso não seja cumprido possa dar direito a despedimento com justa causa sem direito a indemnização se calhar certos jogadores iam jogar bem melhor e valerem todos aqueles milhões de euros que o Benfica e Sporting dão por eles e já agora que comecem também, a olhar mais para os nossos jogadores dos juniores ou de outras divisões que se calhar encontram bem melhores que alguns que para ai se vem a arrastar pelos nossos campos de norte a sul.